Por: Cristina Hireche e João Costa
Desde que o imperador romano Júlio César criou a Acta Diurna, primeiro jornal do mundo criado no ano de 59 a.C., muitas foram as mudanças no jornalismo. Foi-se o tempo em que a atividade jornalística se resumia a um jornal impresso. Assim, o profissional do jornalismo precisou se adaptar aos diferentes contextos históricos.
Mídias sonoras e visuais passaram a fazer parte do dia a dia da profissão. Em 1896, surgiu o rádio e, na década de 1920, a televisão. Mais recentemente, nos últimos 20 anos, com a propagação do digital, o jornalismo precisou se reinventar e se ajustar à realidade tecnológica e às mídias digitais, caracterizada pela agilidade e interatividade.
O jornalista Haroldo Abrantes, coordenador do Curso de Jornalismo da Universidade Católica do Salvador (UCSal), faz a distinção entre o antigo jornalismo e o atual. “A diferença que eu vejo do jornalismo de antes e de agora é que hoje ele está mais fragmentado. Antes tínhamos grandes grupos que controlavam a imprensa e a mídia. Já atualmente, as redes sociais trouxeram uma vantagem de todo mundo poder falar”, pontua.
Diante desse cenário em que a internet e as mídias sociais têm destaque para que as notícias atinjam o seu propósito essencial de informar o público-alvo, é requerido que os jornalistas possuam uma formação acadêmica consistente e contínua. Esses profissionais precisam estar, sempre, atualizados tanto quanto ao que acontece no mundo, mas também quanto às diferentes e inovadoras mídias que surgem e passam a integrar o cenário comunicacional.
Para o Guia de Carreiras (2023), a profissão do jornalista objetiva buscar, investigar, redigir, transmitir notícias mediante os diversos meios de comunicação. Ainda segundo esse guia, constituem as principais funções desse profissional: repórter, redator, assessor de imprensa, repórter investigativo, editor e chefe de reportagem. Muitas são as possibilidades de atuação, principalmente na área digital. E os cursos de graduação em jornalismo precisam corresponder a essas exigências do mercado.
Todas as especificações referentes a esse curso estão descritas na Resolução 1 do Ministério da Educação, de 27 de setembro de 2013, a qual institui as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pelo Ministério da Educação. Dentre os indicativos elencados para a elaboração do Projeto Pedagógico do Curso, está a preparação de profissionais para atuar em um cenário caracterizado pelas constantes mudanças tecnológicas no qual, é preciso dominar as técnicas e as ferramentas da atualidade; e, também, conhecê-las, na essência, para transformá-las na medida das exigências do presente.
“O concluinte do curso de Jornalismo deve estar apto para o desempenho profissional de jornalista, com formação acadêmica generalista, humanista, crítica, ética e reflexiva, capacitando-o, dessa forma, a atuar como produtor intelectual e agente da cidadania, capaz de responder, por um lado, à complexidade e ao pluralismo característicos da sociedade e da cultura contemporâneas, e, por outro, possuir os fundamentos teóricos e técnicos especializados, o que lhe proporcionará clareza e segurança para o exercício de sua função social específica, de identidade profissional singular e diferenciada em relação ao campo maior da comunicação social.”
Ministério da Educação (2013)
Futuro da Profissão
Quanto aos próximos passos para a profissão, o Guia de Carreiras destaca que, se há a saturação dos meios tradicionais de comunicação, existem outras oportunidades de trabalho jornalístico em outras esferas. Portais na internet, blogs, redes sociais, revistas on-line, TV por assinatura são exemplos de mídias advindas com os avanços da tecnologia.
Abrantes, por sua vez, destaca que o “jornalismo está muito ligado a questões sociais, então onde houver questões sociais, o jornalismo terá seu papel.” Dito isto, percebe-se, novamente, a importância da profissão, a qual, para existir, precisa continuamente se reinventar e se adaptar ao contexto vigente.
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